segunda-feira, 16 de outubro de 2017

About finding peace

Ok, eu sei que é muita redundância citar a si mesma (e eu já venho pedindo perdão pelo whatsapp há algum tempo citando Alcione), mas aí vai um texto de dia dxs namoradxs de 2015: http://liquidoazedo.blogspot.com.br/2015/06/overthinking-overunderfeeling-finding.html

Sim, pensei nele por conta do fantasminha do Thales (fodase citar o Thales diretamente, não tem problema pq ele nunca vai vir aqui) sobre ser feliz. Não, não fico menos triste com a idéia de que a felicidade está em promover a própria ignorância e que a clássica máxima bíblica tem alguma razão em dizer que ir atrás da porra do conhecimento destrói o paraíso para sempre.

Ai.
Não tem ponto sem nó - whatever that means.

~lá vem textão, soltem os "SINTOS"

Tenho fritado a minha mente com desenhos. E agora estou vendo um seriado bobo na Netflix sobre (justamente) a idéia de Paraíso, chama The Good Place. Então me fez pensar. Na verdade me causou, a princípio, uma crise de choro pelos meus mortos e uma imersão em fotos da infância que realmente afastam qualquer pista de que as coisas seriam tão complicadas como foram - e são. Mas o que as fotos dizem sobre qualquer coisa que não o momento em que foram vividas, não é mesmo? Precisamente a brisa artística do impressionismo, tals. Muito bem, adelante.

Decodifiquei algumas coisas. Mas família primeiro, né, então vamos falar da D. Encrenca. Bom, contei pra ela sobre a conversa que tive com ele sobre, basicamente, ser egoísta e não ter noção da realidade, achar que as pessoas devem coisas e são obrigadas a coisas que realmente não são. Acho que consegui demonstrar a dor que isso causa nos outros e como afeta o equilíbrio de relacionamentos e estruturas interdependentes. Engraçado que ganhei pontos de crédito por dizer coisas sobre as nossas motivações - e sei que isso afetou outras pessoas também. Ladies Gentlewoman and gentleman, the great power of speech.

Sim, me traz paz quando eu digo coisas que acredito mesmo que são importantes e "boas" e as pessoas me escutam. Me traz muita paz chegar a esclarecimentos comigo mesma e é todo o propósito desse meu querido diário, porque eu canso as pessoas com o meu overthinking e eu mesma me canso, mas é um processo doloroso o do conhecimento - assim como também é libertador. Porque o conforto, de onde eu venho, pode ser aprisionante - e aí estamos falando do equilíbrio de se evitar o apego.

Tem outro lado também, que são os enigmas. A minha língua bifurcada, como ele disse, causa confusões. E a vida me mostrou que é uma arma de defesa - não dá pra ter um exemplo mais claro do que o dilema ético da carona perigosa em Floripa e o posto Ipiranga (obrigada profissionais do marketing, vocês salvaram a minha pele dessa vez). Mas também causa muita dor e tem uma pegada de vaidade bem perigosa aí, né... a tal da "licença poética", precisa ser bem aplicada.

Outro ponto é a grosseria e a objetividade. A vontade de ser honesta o espírito de combate ao que me parece intolerável muitas vezes é indelicado. E machuca. Mas quero sempre bater com respeito, como o técnico me disse que é uma virtude.

[Pausa pro cigarro, porque vou entrar em nós.]

Funny thing about the knot. Acho curioso pensar sobre nós, dificuldades e as linhas que se amarram, pensando até no lance da pipa, em que perguntei pra que servia um carretel de linhas enroladas com nós impossíveis - ou algo assim (preguiça de citar, tem botão de busca no blog). Vou tentar expressar de forma mais clara, então vou colocar números pra dar um toque de organização na parada:

1. A primeira música idiota que saiu com facilidade entre nós aqui foi aquela breguinha do Cachorro Grande, sobre acertar o pulo e tals. Me veio na memória outro dia e achei legal colocar isso aqui.

2. Cara, a gente falou várias vezes sobre o quanto tentamos fazer "certo" um com o outro, tentando ser diferente de quem fomos, onde achamos que erramos. E quando rolou aquela primeira conversa você me disse para não fazer isso, de me martirizar e eu te disse que não era justo, porque eu sentia que eu era muito crítica ctg e não sentia o meu feedback no mesmo nível.

3. Eu acredito que nós somos obsessivos em criar versões melhores de nós mesmos - e isso é agonizante. Sério. Não sei de onde vem isso do seu lado, mas do meu tá bem traçado. Era a disciplina do "não fez mais que a obrigação" e nunca era bom o suficiente. E eu assumi essa merda pra vida - eu fico constantemente infeliz e raramente estou orgulhosa ou satisfeita. Constantemente passa a impressão de que é impossível me agradar, que eu sou frequentemente rude com as pessoas, mas é real que sou constantemente rude comigo mesma também. Mas não é porque eu quero, é porque estou na brisa do fucking flawless, sabe? Arrogante pra caralho e bagunçado pra porra também. (Wow. Imagens fortes e reais dessa última frase).

4. A gente se esforçou muito em ser "bom" um para o outro. Isso não deveria gerar raiva nem frustração. Mas os sentimentos não operam apenas no campo dos deveres, não é mesmo? Existe a moral e a ética, mas o sentir constantemente é motivado por impulsos outros, não necessariamente genuínos - e rola muita válvula de escape disfarçada de motivação e muita autossabotagem.

5. Eu também já disse e repito que invejo as pessoas com problemas de memória, quando a minha mostra sua intensidade.

Bom. Estou me sentindo mais em paz deixando esses pensamentos aqui.

Vou voltar a fritar minha mente e tentar dormir melhor hoje do que ontem.

PAX

 

sábado, 14 de outubro de 2017

Dos exus vários

Hoje eu procurei a figura do louco, no tarô. Lembrei que ele me disse que se confunde com a figura do tolo. É um dos arcanos maiores. Le Mat. Também é a palavra para xeque-mate em francês. Lembrei dos exus e das pomba-giras, em busca de luz. E ele expressou simpatia com seus olhos na minha tentativa de reconhecer a perversidade da nossa natureza.

Dos vícios, eu digo que estou tentando me livrar. O culto a mim mesma parece ser uma boa teoria de desobjetificação e projeção dos meus desejos nos outros. Eu digo que estou tentando. Mas os identifico e reconheço, o que é melhor do que se anestesiar e se distrair a ponto de não lembrar dos limites que seu próprio corpo declara.



Paciente
mente

A percepção é um exercício valioso. Sobre si e sobre os outros. Cuidado com os exageros.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A dose entre a liberdade e a compreensão


Preâmbulo: acordei ouvindo música instrumental nordestina nova.


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Conversei com ela na quinta passada bastante sobre essa questão do receio de talvez ter pecado pelo excesso de liberdade. Sugeri que perguntasse o "por que?".

Racional e objetiva como é e se propõe a ser, talvez ciente do veneno de sua própria obsessividade, quem sabe ela tenha medo de cercar o querer em prol de um objetivo de sucesso mal delineado e constantemente questionado. Talvez seja projeção minha, talvez seja percepção e identificação.

Sonhadora e esforçada como é e não pode deixar de ser, admiro e partilho do otimismo e de sua fé muito bonita de que as coisas sempre podem dar certo, pois não há falta de esforço nem de competência individual, nesse sentido. Não te faltou rigidez, nem disciplina, espero que possa ter lhe ajudado a concluir dessa forma. Nem inspiração. Você acredita no desenvolvimento humano de uma maneira muito especial.

Porém, declaramos: não somos investidoras agressivas - somos conservadoras nesse sentido.

Decreto: Estamos todos em busca da própria felicidade.