quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

E cá estamos

Ai, os não-lugares!

Da permissão para existir
O tal boleto a cumprir 
A minha abstenção - ou não 
[Que nada disso seja em vão]

Dos papéis herdados ou adquiridos
Das dores e golpes sofridos
As ausências e permanências
[O meu lugar nas ciências]

Pois cientes estão 
De uma existência
Sem qualquer resistência 
Ao uso das mãos 
Dos pés à cabeça 
Antes que eu me esqueça 

Cá estamos, 
E enfrentamos, 
Efemeramente
Artística e solenemente
O que há e o que não há

De onde estamos
Pra onde vamos
Que haja amor
 E algum juízo




quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Da dor nos ombros

Sonhei com ele. 
Fazia tempo.

Era a reencenação de um episódio na praça em que ele não se conformava porque eu trabalhava demais. Ele me disse que ninguém precisava trabalhar tanto. Eu achava que ele me entendia. Porque a mãe dele dava trabalho e ele tinha uma irmã, como eu. Mas o pai era parceiro. Tava junto. Nos shows e tudo mais, com a gente.