terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Mientras los pensamientos no cesan

intento aquietar mi corazón. Malos, inútiles y viciados. Qué quieren? Ponerme loca? Nerviosa? Dejame. Silencio.

Tranquila
Mira el mar
Lejos  

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Ensaios esboçados s/n

Das brisas várias, do que se esconde e do que se demonstra, fica a folha desgastada, com rasuras de uma goma que passou pra apagá-la. Confesso: há impulsos em mim que já não suportam a contenção. Espero que isso não assuste. 

Das dores e das delícias de cada um ser o que se é, imagino que a gente possa confiar mesmo nas demonstrações práticas e nas ações efetivas. Melhor a dor da espontaneidade do que o enjoo do veneno - e ele vem, como estratégia de defesa, ainda que se disfarce de ataque.

Sobre aquela sobremesa, não se preocupe: estou bem alimentada. Há espaço para manifestação de doçuras diversas. Sobre os rodeios, vamos tomar cuidado para não ficarmos tontos. E o cuidado faz as sementes germinarem. É a vida que se recicla e energia que se transforma. 

A transformação das energias é uma das coisas mais fascinantes :)


domingo, 26 de novembro de 2017

Síncope


A little bit of soul, please.
And passion. 
(If it's not too much to ask.)

--
Cansada dos contratempos.

domingo, 5 de novembro de 2017

Arrasto

comigo as mais variadas ausências. Das mortes e dos egos. Travados em suas questões de passado. Dos papéis descumpridos. Dos preenchimentos automáticos. Talvez a fobia do vazio. Ou a ambivalência do desejo. A mágoa me resseca mais do que a ressaca.

--

Ela me chamou de burocrata.

O que dizer? Tenho meus protocolos.

sábado, 4 de novembro de 2017

As lágrimas de Oxum

Se há na vida um outro modo de fazer-se tudo,
e talvez a chance de fazer-se todo
suspeito que existam ambos
ao final de qualquer caminho

Se ainda não podemos ver em concretude
tão completa forma de existência
Não devemos ter ainda
concluído coisa alguma
– R.

--

Minha casa de espelhos e sem portas
Costuma trazer a experiência
Dos rumos e trilhas tortas
Formadores de consciência

Na presença ou na ausência
Do peito sai o convite
E me dói a fé-conseqüência
Ainda que a crítica evite
As coisas nunca são
como deveriam ser.


[e a chave só lhes servem
 de passagem]

--
Passou?


segunda-feira, 16 de outubro de 2017

About finding peace

Ok, eu sei que é muita redundância citar a si mesma (e eu já venho pedindo perdão pelo whatsapp há algum tempo citando Alcione), mas aí vai um texto de dia dxs namoradxs de 2015: http://liquidoazedo.blogspot.com.br/2015/06/overthinking-overunderfeeling-finding.html

Sim, pensei nele por conta do fantasminha do Thales (fodase citar o Thales diretamente, não tem problema pq ele nunca vai vir aqui) sobre ser feliz. Não, não fico menos triste com a idéia de que a felicidade está em promover a própria ignorância e que a clássica máxima bíblica tem alguma razão em dizer que ir atrás da porra do conhecimento destrói o paraíso para sempre.

Ai.
Não tem ponto sem nó - whatever that means.

~lá vem textão, soltem os "SINTOS"

Tenho fritado a minha mente com desenhos. E agora estou vendo um seriado bobo na Netflix sobre (justamente) a idéia de Paraíso, chama The Good Place. Então me fez pensar. Na verdade me causou, a princípio, uma crise de choro pelos meus mortos e uma imersão em fotos da infância que realmente afastam qualquer pista de que as coisas seriam tão complicadas como foram - e são. Mas o que as fotos dizem sobre qualquer coisa que não o momento em que foram vividas, não é mesmo? Precisamente a brisa artística do impressionismo, tals. Muito bem, adelante.

Decodifiquei algumas coisas. Mas família primeiro, né, então vamos falar da D. Encrenca. Bom, contei pra ela sobre a conversa que tive com ele sobre, basicamente, ser egoísta e não ter noção da realidade, achar que as pessoas devem coisas e são obrigadas a coisas que realmente não são. Acho que consegui demonstrar a dor que isso causa nos outros e como afeta o equilíbrio de relacionamentos e estruturas interdependentes. Engraçado que ganhei pontos de crédito por dizer coisas sobre as nossas motivações - e sei que isso afetou outras pessoas também. Ladies Gentlewoman and gentleman, the great power of speech.

Sim, me traz paz quando eu digo coisas que acredito mesmo que são importantes e "boas" e as pessoas me escutam. Me traz muita paz chegar a esclarecimentos comigo mesma e é todo o propósito desse meu querido diário, porque eu canso as pessoas com o meu overthinking e eu mesma me canso, mas é um processo doloroso o do conhecimento - assim como também é libertador. Porque o conforto, de onde eu venho, pode ser aprisionante - e aí estamos falando do equilíbrio de se evitar o apego.

Tem outro lado também, que são os enigmas. A minha língua bifurcada, como ele disse, causa confusões. E a vida me mostrou que é uma arma de defesa - não dá pra ter um exemplo mais claro do que o dilema ético da carona perigosa em Floripa e o posto Ipiranga (obrigada profissionais do marketing, vocês salvaram a minha pele dessa vez). Mas também causa muita dor e tem uma pegada de vaidade bem perigosa aí, né... a tal da "licença poética", precisa ser bem aplicada.

Outro ponto é a grosseria e a objetividade. A vontade de ser honesta o espírito de combate ao que me parece intolerável muitas vezes é indelicado. E machuca. Mas quero sempre bater com respeito, como o técnico me disse que é uma virtude.

[Pausa pro cigarro, porque vou entrar em nós.]

Funny thing about the knot. Acho curioso pensar sobre nós, dificuldades e as linhas que se amarram, pensando até no lance da pipa, em que perguntei pra que servia um carretel de linhas enroladas com nós impossíveis - ou algo assim (preguiça de citar, tem botão de busca no blog). Vou tentar expressar de forma mais clara, então vou colocar números pra dar um toque de organização na parada:

1. A primeira música idiota que saiu com facilidade entre nós aqui foi aquela breguinha do Cachorro Grande, sobre acertar o pulo e tals. Me veio na memória outro dia e achei legal colocar isso aqui.

2. Cara, a gente falou várias vezes sobre o quanto tentamos fazer "certo" um com o outro, tentando ser diferente de quem fomos, onde achamos que erramos. E quando rolou aquela primeira conversa você me disse para não fazer isso, de me martirizar e eu te disse que não era justo, porque eu sentia que eu era muito crítica ctg e não sentia o meu feedback no mesmo nível.

3. Eu acredito que nós somos obsessivos em criar versões melhores de nós mesmos - e isso é agonizante. Sério. Não sei de onde vem isso do seu lado, mas do meu tá bem traçado. Era a disciplina do "não fez mais que a obrigação" e nunca era bom o suficiente. E eu assumi essa merda pra vida - eu fico constantemente infeliz e raramente estou orgulhosa ou satisfeita. Constantemente passa a impressão de que é impossível me agradar, que eu sou frequentemente rude com as pessoas, mas é real que sou constantemente rude comigo mesma também. Mas não é porque eu quero, é porque estou na brisa do fucking flawless, sabe? Arrogante pra caralho e bagunçado pra porra também. (Wow. Imagens fortes e reais dessa última frase).

4. A gente se esforçou muito em ser "bom" um para o outro. Isso não deveria gerar raiva nem frustração. Mas os sentimentos não operam apenas no campo dos deveres, não é mesmo? Existe a moral e a ética, mas o sentir constantemente é motivado por impulsos outros, não necessariamente genuínos - e rola muita válvula de escape disfarçada de motivação e muita autossabotagem.

5. Eu também já disse e repito que invejo as pessoas com problemas de memória, quando a minha mostra sua intensidade.

Bom. Estou me sentindo mais em paz deixando esses pensamentos aqui.

Vou voltar a fritar minha mente e tentar dormir melhor hoje do que ontem.

PAX

 

sábado, 14 de outubro de 2017

Dos exus vários

Hoje eu procurei a figura do louco, no tarô. Lembrei que ele me disse que se confunde com a figura do tolo. É um dos arcanos maiores. Le Mat. Também é a palavra para xeque-mate em francês. Lembrei dos exus e das pomba-giras, em busca de luz. E ele expressou simpatia com seus olhos na minha tentativa de reconhecer a perversidade da nossa natureza.

Dos vícios, eu digo que estou tentando me livrar. O culto a mim mesma parece ser uma boa teoria de desobjetificação e projeção dos meus desejos nos outros. Eu digo que estou tentando. Mas os identifico e reconheço, o que é melhor do que se anestesiar e se distrair a ponto de não lembrar dos limites que seu próprio corpo declara.



Paciente
mente

A percepção é um exercício valioso. Sobre si e sobre os outros. Cuidado com os exageros.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A dose entre a liberdade e a compreensão


Preâmbulo: acordei ouvindo música instrumental nordestina nova.


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Conversei com ela na quinta passada bastante sobre essa questão do receio de talvez ter pecado pelo excesso de liberdade. Sugeri que perguntasse o "por que?".

Racional e objetiva como é e se propõe a ser, talvez ciente do veneno de sua própria obsessividade, quem sabe ela tenha medo de cercar o querer em prol de um objetivo de sucesso mal delineado e constantemente questionado. Talvez seja projeção minha, talvez seja percepção e identificação.

Sonhadora e esforçada como é e não pode deixar de ser, admiro e partilho do otimismo e de sua fé muito bonita de que as coisas sempre podem dar certo, pois não há falta de esforço nem de competência individual, nesse sentido. Não te faltou rigidez, nem disciplina, espero que possa ter lhe ajudado a concluir dessa forma. Nem inspiração. Você acredita no desenvolvimento humano de uma maneira muito especial.

Porém, declaramos: não somos investidoras agressivas - somos conservadoras nesse sentido.

Decreto: Estamos todos em busca da própria felicidade.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Yeah, I know about pain

What do you know about, anyway?


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"All this running around, well it's getting me down
Just give me a pain that I'm used to
I don't need to believe all the dreams you conceive
You just need to achieve something that rings true"

domingo, 17 de setembro de 2017

Morning cigarette - a long one

"A gente se apaixona pela liberdade do outro."

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Dos resmungos: não gosto quando gostaria que você estivesse e você não está. Sei que você não gosta também.

Não gostei do abuso emocional que percebi nela. Não gostei quando eu percebi e não gostei da exposição desnecessária.

Do passado: achei graça em encontrá-lo, como sempre, por acaso e sincronizado. Achei graça em sua vontade de fugir. Porque para mim passou. Aí me lembrei daquela palavrinha que me foi atribuída e estou a me preocupar em não ser (mais?) assim. Então na verdade não tem muita graça, é meio triste também.

Achei graça em ter razão e na minha ausência sentida - apesar de não sentir ter partido. Mas acho que vai ser bom para ele ouvir da pessoa certa o que precisa ouvir e vai aprender, de uma forma ou de outra.

Achei graça no seu gosto repentino. Ela estava me dizendo que achava que você não me entendia. Mas você era interessado e esforçado, o que já é bastante coisa. Recado para você: vez ou outra, a gente acha que sabe o que quer, mas a gente descobre que não sabe - e tudo bem. Porque as possibilidades também fazem parte do desejo. E o desejo é assim mesmo, duvidoso, porque gosta de fantasias e disfarces.


As lições: bom, quando ele me perguntou sobre a minha capacidade de escutar o que os outros pudessem me dizer, mais uma vez, serviu.

Dos sonhos: é, foi bem intenso perceber que mesmo se eu tivesse condições de repetir uma experiencia, minha cabeça está em outro lugar hoje - que bom! Por isso quero tomar cuidado para não magoar as pessoas. E tomo cuidado pra que não seja obsessivo. Como disse para ela, o que a gente quer é ser feliz.



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Love is Like Oxygen
You get too much, you get too high
Not enough and you're gonna die
Love gets you high

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Objection, your honor!

Cross examination: What do you really feel? Are you sure about what you want? What about what you don't want?

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"O amor só é bom se doer." 

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Não negocio com terroristas

Entre o que queremos e podemos existe um longo caminho a ser percorrido, não é mesmo?

Eu acho mesmo que uma mudança de atitude - do impossível ao como chegar lá - é fundamental. Porém, é melhor que você não aposte todas as suas fichas na mudança de comportamento do outro, especialmente quando esse outro tem outras expectativas sobre você e poucas expectativas sobre a mudança nele mesmo.

De todos os discursos
All that poetic shit
Todas as velas acesas
Mitologia escarrada
A minha língua bifurcada
Seu sorriso em desbrilho
Meu tempo passado
Meu presente oblíquo
Meu futuro urgente

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I rest my case.






segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Let's talk about that shark

Ah, nada melhor do que um belo sonho complicado pra nos inspirar a pensar nas nossas metáforas, não é mesmo? A nossa capacidade criativa é uma beleza, já estava com saudades. E nada melhor do que uma bela viagem pra gente se inspirar e dar aquela meditada nas fases da nossa vida. Pois bem, este é o prólogo.

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Primeiro conjunto de elementos - o perigo e a fuga: vale dizer que estavam tentando me matar, sabe-se lá o porquê. E aí rola uma fuga e perseguição louca, que finaliza apenas com esconderijo junto a um guardião de floresta que dividiu sua barraquinha de camping comigo, hehe. O segurança me ajudou com a minha segurança dentro de suas precárias condições de proteção. Aí consegui pular aquele muro.

Segundo conjunto de elementos - as dívidas e as auto-cobranças: não é novidade que eu não gosto de dever nada para ninguém e aquela professora - vale dizer, bela representação, da mais respeitosa estirpe na minha mitologia familiar - veio me cobrar de um brinco, de não sei mais que coisas que eu tinha tomado para mim e ela estava magoada por eu não tê-las devolvido. Muito bem, acho que dá pra superar essa pelas ordens do evento do mundo, tirando meus fantasmas dali.

Terceiro conjunto de elementos - as paisagens e os encontros: destaque para minha irmã, que me achou, sem nada, vagando à pé por SP. Quem é que sabe quem é você quando você está por aí, sobrevivendo à caminho de casa? Acho que dá pra estabelecer intenção de ajuda e confiança, né, mesmo com todas as rivalidades infantis e as ações tortas que fazemos. Ninguém tá querendo se prejudicar aqui. E aquelas pessoas que cruzam com a gente, em novos cenários, em brisas dramáticas de transição de fases, acontecem por algum motivo. Eu tomei bronca, eu confiei na brincadeira do castelo e nas vivências do passado e partilhei a vontade de não entrar no mar - pelo frio ou pelo medo de tubarões.

Quarto conjunto de elementos: aqui voltou a questão da cobrança, porque eu não pulei no "já". E me vi sendo cobrada pela falta de atitude gerada pelo medo. A gente precisa respeitar o medo dos outros, eu sei. Mas tem aquele lado nosso que acha que o medo dos outros é tão irracional, tão aprisionante e limita tanto as pessoas. Eu acho que uma boa linha de respeito aqui é realmente entender que o seu medo não deve servir de limitação para os outros - e agora estou mesmo falando de outra coisa. Essa é a medida justa do equilíbrio que você deveria buscar, se você tivesse pedido minha opinião sobre esse assunto. 

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Mas voltando pra questão daquele tubarão, vou entrar em contradição sobre o que a minha linha cética me fez afirmar há alguns dias, rs. Acho que existe uma simbologia dos arquétipos sociais importante a ser sempre desconstruída. Sim, o tubarão representa o medo, mas medo do quê, né? Nesse caso acho que, de todos aqueles tubarões com quem eu nadei e sobrevivi, não posso ter medo de enfrentar mais um, rs. O querer sempre precisa ser respeitado e rola aquela dúvida que paira sempre nos campos afetivos e materiais sobre a porta que se abre e você já vai entrando, mesmo que estivesse seguindo o corredor atrás de outra, rs. Devo entrar, devo passar reto? Quanto tempo e quantas oportunidades vou perder, o que vou ganhar? 

A balança é mais promissora comigo fazendo contra-peso, ele acredita. Vamos ver no que mais as pessoas acreditam e o que a gente pode fazer de produtivo com isso, mais uma vez =].




quinta-feira, 18 de maio de 2017

Reflexões da madrugada sobre o paradoxo imagem-tempo

Eu ia começar a divagar sobre o relógio, sobre o quanto que ele é precisamente irritante e aprisionante, mesmo que fique no canto da sala... mas aí fui olhar por aqui e percebi que ando assim, meio redundante - como não podemos deixar de ser nos nossos círculos viciosos.

Falei pra ela, uma vez, assim, como quem diz procurando uma espécie de frase de biscoito da sorte para repetir que surtisse algum efeito positivo e momentâneo, ainda que raso: "está terminantemente proibido não fazer algo a respeito da sua própria (in)felicidade".

É.

Também disse para ele que não era seu papel a motivação. E lembrei que falei para d. Encrenca duras palavras quando ela falou sobre sua dificuldade de se sentir motivada.

Eu sinto falta da liberdade. Quase sempre.

Queria me livrar dos meus vícios, mas não sou melhor do que isso. Apesar de querer ser melhor, não posso ser. É duro crescer e conhecer seus limites. Mas, de novo, d. Encrenca escreveu na fucking lousa a lição: "As pessoas não são o que esperamos delas. (Ainda bem!) Elas são só o que elas podem ser.".

Eu sinto falta e tenho medo da morte.

O relógio é,
sempre,
precisamente
irritante.

Temos e não temos tempo. O que vamos fazer a respeito disso tudo?

terça-feira, 18 de abril de 2017

Cheap talk

Para quem gosta de um bom e velho enigma.

Vaidade, rancor, mania de controle e paranóia. São essas as quatro chaves que trancam as suas possibilidades. Existe a cela, existe o cubo e um jogo. O que a cela e o cubo têm em comum são as duas chaves que faltam. Entenda: são cinco faces perdidas para uma que vira. Como na sinuca: confiança, sorte e azar. São combinados. E também são acasos. Claro que a gente sempre pode contar com os artifícios... o mundo, sem a arte, fica muito sem graça.


Són las cuatro y treinta y ocho minutos y estamos donde tenemos que estar.

domingo, 16 de abril de 2017

O prazo é curto,

a vida é breve e a solidez é só um estado físico da matéria. Que tem a possibilidade de se transformar. Parece que é apenas uma questão de distância das moléculas, entende? É um pouco assustador, mas dá pra ser otimista também.

Me disseram que eu tenho problemas de comunicação. Deve ser verdade. Não sinto a menor vontade de investir nas formas sociais da interação moderna. Me dá preguiça e tristeza. Eu quero ver o céu. Quero correr mundo. Mas não quero correr perigo. O perigo está sempre por aí. Quero aproveitar a vida de quem me deu e me dá amor. Porque ela é rara mesmo.

É tudo muito raro e muito banal.

  
Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita 

quinta-feira, 2 de março de 2017

Mais um cigarro

Fico pensando quantos cigarros são preciso para a reflexão e ação precisa.

A insatisfação é essa coisa que nos move para lá e para cá ou nos paralisa, nos deixa sem vontade e acaba vazando pelos vícios, pelos excessos.

A gente transborda. Normalmente não é de alegria. Mas às vezes a gente consegue aquela rara sensação de prazer do cigarro acendido na hora certa com o tempo do relaxamento perfeito, da refeição completa que não deixa a imaginação rodando na próxima receita ou daquela trepada calma e gostosa que consegue te colocar em transe, presa no presente.


Tristeza não tem fim. Felicidade sim.


quarta-feira, 1 de março de 2017

Feels like I only go backwards, baby...

Ninguém mais suporta essa sua obsessão, menina. Inclusive você. Não há quem aguente esse toque na(s) mesma(s) tecla(s).
Melhor o silêncio à verborragia, aprenda de uma vez.

E quais são as novas, afinal? 
O futuro, ele é tão promissor.



And I don't believe in time.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Can you picture yourself?

Não.
Falta poesia.
Falta vontade de exposição.
Falta.

Nem o líquido azedo do arrependimento dos gozos vazios, nem a paralisia que quer se apegar e congelar o benefício do prazer mais puro. O que há de puro, afinal, que não é vazio? E o vazio, entanto, implica ausência... do que houve ou não houve.

Minha cabeça dói. E meu corpo tem me pedido coisas que não tenho como dar.
Falta.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Me pergunto onde vamos parar

Já estamos parados?

Me preocupo honestamente em ainda querer a mesma coisa. Me preocupo com os padrões de repetição que eu não vejo ou deliberadamente ignoro.

No meu sonho, fui tratada como privilegiada, com chaves que abrem não sei quais portas e tinha medo de invadir propriedade alheia. Ou como junkie que já estava a fazer isso, mas ainda assim me davam atenção cautelosa pela bondade de ajudar ou pela preocupação e vontade de descobrir minhas intenções. Acho que apesar da atitude suspeita, eu não parecia oferecer real perigo imediato. Mas, no decorrer da coisa toda, pensei: preciso de ajuda ou estou atrás de algo? Apenas erro de linguagem: as duas coisas não se excluem.

Era uma casa linda, depois um prédio confuso com costume de ser invadido, algo como história antiga da família ou rolê de amigos.

Mas a vista, meu bem...todos queriam aquela vista. Pena que eu estava ocupada demais correndo para cima e para baixo, disfarçando meu pertencimento ou não pertencimento.