quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Paradoxo d@ arqueir@



Além disso, uma flecha só pode ser atirada quando é puxada para trás.

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"Às vezes vc deixa o seu lado cordeiro mais à mostra (e seu sorriso te trai)."
Sim, você me conhece. Os sorrisos que me escapam, os olhos encantados e as coisas bonitas que você às vezes me fala.








sábado, 25 de outubro de 2014

Conselhos que me deram

A - (...) você tem muitas regras estúpidas!
B - Essa é a coisa mais inteligente que você já me disse.

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C - Prudência de cu é rola!

B - Olha só... tava segurando essa frase há muito tempo?

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D - Sim, mas também não vá virar PUTA.

B  - (Suspiro). Voz agressiva controlada:
Olha, PUTA acho que você não precisa se preocupar de eu virar porque PUTA COBRA e eu não estou pretendendo fazer isso não. Eu faço de graça, mesmo.

D - (Silêncio). Voz embaraçada:
Você me entendeu. Não vá virar uma QUALQUER.


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Eu detesto essa história de piedade, mas...é preciso estar no mundo e não perder a viagem. Jamais espero caber no sonho de ninguém. Não faz meu "tipo" ser exatamente o  "tipo" que ninguém procura. Não ser uma "qualquer" tem seus prós e contras. Gosto da idéia de construir sonhos em conjunto. 


"Pra quem não sabe amar
Fica esperando alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade (Senhor, piedade!)
Pra essa gente CARETA e COVARDE

Vamos pedir piedade (Senhor, piedade!)
Lhes dê grandeza e um POUCO de CORAGEM."

Blues da piedade - Cazuza


 Faltam perguntas; sobram suposições.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Ciúmes, ego e possessão

Ciúmes é aquele monstrinho que nos perturba a alma, o coração e, principalmente, a nossa mente. Trata-se de algo completamente ilógico e irracional que acontece de formas muito diferentes de acordo com o contexto cultural (em maior e menor escala) e o tempo histórico. Esse “monstrinho” começa pequeno, mas pode tomar proporções homéricas e aparece até mesmo em muitos casos de crimes passionais.

Antes de ser um problema pessoal, melhor dizer logo que eu não acredito ser uma coisa natural, muito menos universal: estou convencida de que é um problema social. E, acredito que, se somos condicionados, podemos nos desvincular dele (não que seja simples ou fácil). 

Estou colocando em termos genéricos exatamente pela amplitude do ciúmes nas relações humanas: pode acontecer entre casais, amigos, familiares, colegas de trabalho e até mesmo (pasmem, rs) com coisas! Mas não vou falar das coisas porque me parece mais complicadinho e me parece que rola uma personificação ou uma projeção sobre os objetos que não é interessante no momento.

Então, a coisa toda me parece operar sob os aspectos (1) do desmerecimento da experiência primária com a pessoa-objeto de ciúmes, (2) dos efeitos narcísicos do ciúmes de auto-depreciação e (3) da possessividade.

A respeito desse primeiro aspecto, entendo que nos sentimos como se estivéssemos sob algum tipo de ameaça porque pensamos que a experiência de mesma natureza ou até mesmo de natureza diferente da pessoa-objeto do ciúmes com outra(s) pessoa(s) de alguma forma interfere negativamente  na experiência (ou chega até mesmo a invalidá-la) de interação entre nós e a pessoa-objeto de ciúmes.

Sobre esse segundo aspecto, as coisas se misturam. Narciso foi o cara que se apaixonou pela própria imagem. A relação disso com o ciúmes, para mim, está no fato de que nos preocupamos, ainda, com a ideia de que aquela(s) pessoa(s) que teoricamente estaria(m) ocasionando esse sentimento o faz(em) por estar(em) diretamente em competição conosco. Como se estivesse tomando o nosso lugar. Mexe com a nossa segurança! Mas isso só faz algum sentido quando temos por certeza que uma coisa invalida a outra e que não se é possível ou que não se deveria ter experiências simultâneas de natureza similar com pessoas diferentes! É uma questão de papéis e regras sociais sobre a interação entre pessoas; e o efeito narcísico disso é a maneira negativa como afeta a nossa própria imagem e o nosso ego tanto a ocorrência de fato, como a iminência ou a suspeita dessa outra experiência.

Por fim, a possessividade. Já ouvi por aí “é o tempo do uso, e não da posse”. É verdade, nossa vida se tornou mais descartável, mais substituível, mais livre para se escolher...  só que dentro das relações humanas, em nosso contexto mais particular, permeia a ideia da posse exclusiva, que me parece desdobrada da ideia de propriedade privada. As coisas e pessoas são passíveis de propriedade privada, uso particular e não podem ser possuídas ou mesmo usadas por qualquer um sem a autorizaçao d@(s) proprietári@(s). Ora, não somos nós, donos de nós mesmos? É claro que existem acordos social e pessoalmente estabelecidos que configuram danos ou malefícios a outras pessoas quando são quebrados,  mas o ponto não é esse. O ponto é, caso não tenha ficado claro: por que sentimos ciúmes?

Perguntas honestas: se negamos a posse, por acreditarmos não ser possível ou não ser razoável a ideia de propriedade sobre outras pessoas, só nos resta a lógica do uso? E essa lógica necessariamente está associada a uma efemeridade, ao rápido descarte, à substituição? Se serve, serve; se não serve, joga fora? A liberdade de escolha está necessariamente atrelada ao consumo desenfreado, pois somos assim, movidos por múltiplos impulsos do nosso desejo?

Para terminar, indicação de vídeo do Zygmunt Bauman. A entrevista toda é muito bacana, vale a pena. Até porque ele tem essa linha de raciocínio que parece não ver ruptura entre as relações humanas, as relações sociais e a relação com o mundo! Mas, enfim,  a partir dos 20 minutos, nos 10 minutos finais da entrevista ele se atenta especificamente aos laços humanos, que para ele estão mais “fragilizados”e “líquidos” na modernidade. Muito interessante a dosagem sobre dois valores essenciais para a felicidade humana: um é a liberdade e outro a segurança.  


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Outras brasilidades: a novela e carnaval

Eu mato, eu mato!
Quem roubou minha calcinha pra fazer pano de prato!

Minha calcinha não tava lavada

Nem foi presente que eu ganhei da namorada!

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Sem mais.

domingo, 12 de outubro de 2014

O que os olhos não vêem...

"A - E o coração?
 B - O coração tá batendo. Tá apanhando pra cacete, mas também tá batendo."

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C - "Cala a boca e vê o show.".


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[Ultimamente tem mais apanhado do que batido.]

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"Eu quero um samba pra me aquecer
Quero algo pra beber, quero você
Peça tudo que quiser
Quantos sambas agüentar dançar
Mas não esqueça do seu trato
Da hora de parar
Só vamos embora quando tudo terminar
Eu vou te levar aonde você quer chegar
Eu tenho a chave nada impede a vida acontecer
Deixe-se acreditar
Nada vai te acontecer
Tudo pode ser
Nada vai acontecer, não tema
Esse é o reino da alegria"

Deixe-se acreditar - Mombojó

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Encruzilhada da lua cheia


Dos conselhos que eu te dei
Apostei na minha sorte
De estar errada
E de estar certa ao mesmo tempo

[Talvez você tenha que escolher entre seguir a mim, o caminho errado, ou seguir meus bons conselhos.]

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Ô ciganinha, eu preciso de você
Vamos jogar o jogo da amarelinha
Se eu perder você me ganha
Se eu ganhar você é minha!

Ô cigana, ciganinha
Da sandália de pau
Quando chega no terreiro
Faz o bem e leva o mal

De vermelho e preto
Vestida, à noite
O mistério traz
De colar de côco e brinco dourado
A promessa faz

Se é preciso ir, você pode ir
Peça o que quiser
Mas cuidado amigo
Ela é bonita, ela é mulher

E no canto da rua
Zombando, zombando, zombando tá
Ela é moça bonita
Ô girando, ô girando, ô girando lá.

Ô girando Laroyê, ô girando lá

Rosa branca, rosa vermelha
Rosa ah...marela
A cigana é faladeira
Todo mundo gosta dela

Canto da pomba-gira cigana - Umbanda

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Da infância ao tango

O que concluo de ter tido o adjetivo "furacão" atribuído em seqüência ao meu nome, em combinação ao apelido de "mão de ferro" anos depois é o fato de que eu não tenho mesmo nada de "inha".

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(...sou torto,
não sei dançar
teu tango)

http://carbonoeamoniaco.blogspot.com.br/2014/03/blog-post_190.html


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Aí eu me meti a besta de tentar aprender a dançar à dois. Me lembrou outra coisa importante: existem problemas metafísicos que me atordoam a todo instante.

Pois bem, eu fiz balé quando era criança. Eu gostava bastante! Era um controle sobre o corpo, saltos, piruetas, pliês... bacana. Fazia papéis masculinos no balé também, pra compor as apresentações aos pais. É claro que eu queria fazer o papel da mulher, mas eu sempre fui fortinha, grandinha e sei lá mais o quê ... Ói que louco. Tinha feito um pouquinhozinho de ginástica olímpica antes disso, o que me deve ter me dado maior desenvoltura (acredito).

Bom, nas danças de macho e fêmea mais tradicionais, você sempre tem a porcaria do papel masculino conduzindo o feminino. Aí rola um lance muito difícil pra mim que é me deixar ser conduzida. Eu brinco que é por conta do espírito paulistano "non dvcor, dvco", mas na real é um problema com papéis. Mas enfim, a gente se propõe né? Não vou nem entrar em detalhes. Mas não deu muito certo. E assim que eu fui ficando à vontade, comecei a me irritar e querer rodar e rodar. Eu nem sei conduzir direito, acho que a minha estratégia é girar o outro até ele ficar tonto.

Mas e aí? Vou eu fazer uma aulinha pra aprender o meu papel de conduzida? Eu bem tive a minha fase de ouvir no repeat "Dancing with myself", mas às vezes a gente quer dançar acompanhado, ehehe. De repente, o tango é mais interessante mesmo: um jogo dramático em que hora um conduz, hora o outro, com encaixes e viradas repentinas, movimentos não tradicionais. Rá. Fecho com aquele comentário: "O tango é torto; sua dança é quadrada ;)."

[Ai, vida. Por que tantas metáforas?]

sábado, 4 de outubro de 2014

Sobre a Karen, que também é Joana e sobre tudo o que é sólido e desmancha no ar

As pulseiras e a tornozeleira

De todas as cores do arco-íris (de todo aquele arco-íris que eu queria que você soubesse que sou também) me restou a vermelha, no pulso esquerdo.

A tornozeleira que você me deu era realmente linda, mas não deixava de ser algo que me prendia uma parte do corpo. Na verdade várias. Você sabe que a memória afetiva é foda e além de eu senti-la me apertando, eu via, porque ela era linda. Ela é linda. Só não me prende mais, O tempo desgastou, porque eu usava todos os dias e, infelizmente, ela foi pro lixo.

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Mas hoje é dia de celebrar a liberdade de se prender. Celebrar a liberdade, sempre. Conviver com a efemeridade das coisas.

[Eu ainda prefiro admirar a efemeridade das flores vivas às flores de plástico ou de um buquê . As primeiras não morrem e o segundo são flores mortas.]

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Confesso

que às vezes me faço indecifrável para você não se atentar ao que é raso. De rasuras e rabiscos sai algo grotesco, que não se encaixa muito bem às minhas intenções. De qualquer forma, eu prefiro mil vezes um enigma ao que é óbvio, imediato e pode ser rapidamente consumido e descartado.

Prefiro te devorar ao ser decifrada.

[Das técnicas para distrair o oponente.]