The covering blue
The “acward” (awkward) spaces
The inspiring magenta
The obvious orange
Caderno de 2008, desenho sem data
The covering blue
The “acward” (awkward) spaces
The inspiring magenta
The obvious orange
Caderno de 2008, desenho sem data
Houve aquele momento um pouco com cara de cartas na mesa, em que nós duas estávamos em frente àquela mulher. Nós nos sentíamos meninas, enquanto ela parecia ter feito a transição há anos. De fato, ela era mais velha. Ela tinha aquela força de quem está construindo algo para si mesma e estava convencida de que nada mais iria pará-la, sabe? Eu disse que sentia muita admiração por ela. Fui honesta quanto aos meus sentimentos e quanto às minhas interpretações. Não sentia mais do que aquilo e me incomodava profundamente como as coisas se misturavam com facilidade e divergiam das minhas intenções. Sempre tinha algo que precisava ser explicado e que me parecia óbvio. Acho que outras pessoas já se sentiram assim sobre mim. Sei lá.
Acho que a vodka que tomamos se chamava Belvedere. Tenho certeza que era laranja, mas só encontrei o sabor "citrus" pesquisando online agora.
Ela vivia me contando sobre como eram seus relacionamentos livres com homens mais velhos, apesar de se definir bissexual. Na época já entendia que havia uma necessidade ambígua de aprovação masculina, mas, principalmente havia uma certa competição intelectual. Ela vivia numa casa coletiva - acho que a primeira que conheci. Ela gostava de cinema. Fazíamos um grupo muito legal. Queria tê-la mantido como amiga, mas a situação toda ficou muito dolorida para mim.
Nos encontramos por acaso numa manifestação há algum tempo atrás. Ela estava com o cabelo raspado. Queria tomar vodka com ela e ter conversas interessantes. Sei que ela gosta de filmes. A gente se correspondia em algum lugar que deixou um espaço vazio.
Oh, that furious walk. Crossing down the hall. Heavy and angry steps. Poisoned tongue. She still has it. We have also learned. Oh, we’ve mastered it. To defend and to attack. Her heart and her lung are getting weaker. She stressed out her stomach. Acid kept coming back. She does have courage and confidence. She has trouble in determining right and wrong. She lies. Says one thing and does another. Like every catholic.
Maybe she thought her body was enough, and he couldn’t help her with that. Diet pills. All the pills. Let’s be fancy and “take care of ourselves”. She feels taken care of when she takes those pills. She feels like she’s in control. That’s why she had to be the owner of the money.
I wish she had more love than violence. I wish she wasn’t so affected by her losses. I feel like I’m a part of her - because literally I am. He said she tried to kill me. I blame society. He screwed up and than he saved me - as he told. Can’t picture what kind of mess they were in to. She had to get married.
I understand the pressure. I understand being objectified as a target for their angry. They couldn’t be faithful. They didn’t recognize each other as human and vulnerable. They had to be strong. I’ve been told a thousand times to swallow my tears. They tried to hurt each other. They did it. They hurt themselves. I got hurt. I still hurt.
But there is also love. And kindness. She still believes in partnering. I thank her and my grandfather for bringing me this kind of faith. They both still have violence on them. They speak this language. I’m trying to unlearn.
Love is a way of treating others.
And ourselves.
It takes effort to keep walking through this path.
O estômago embrulhado
Os ouvidos reagem aos ruídos constantes
O movimento me deixa um pouco tonta
O tempo que não pode ser dobrado
Ela é clara e salgada
Ela é cara e amarga
Está longe e tão perto
Nada rima, nada acalma
A tensão é permanente
A mudança é duvidosa
Ainda que haja alguma
Ainda que em resposta à culpa
De sermos inconsequentes
Sabermos e não agirmos
São muitos estímulos
Muitos olhares, muitas palavras
Muitos significados e sentidos
Pesa mais
Não poder ser
Não me encontrar no seu corpo
A porta fechada
A distância entre nós
A dor em comum
O peito que chora
A fome e a ânsia
Das tripas
À resistência
150km, um final de semana por mês.
3626km, uma semana para 3 dias.
1 ano para um abraço apressado.
2 anos para perder o medo de avião.
Uma vida de cartão de crédito, caronas e sofás.
O tempo e o espaço apertam.
É longe.
Demora.
Dói.
Não tenho como pagar.
Não tenho como parar.
Toda vez que penso: dói.
You know that sparkle of life that struggles with the current reality?
You know that sense of justice, of everything that should be fixed around you?
You know that feeling that everybody got what they wanted and when it is your turn - well, but the truth is that there isn't really your turn?
Well, just forget about it.
Empty your mind. Let everything go.
You became what you've always hated. Debts and piles of useless things.
But still, you can be happy. Happiness is a choice.