Em busca do poder ou resistência Escracho, vingança, negligência e violência A foda vira campo de batalha E para cada broxada, uma muralha Sexo é instrumento Arma em movimento Entre o plano e o ensejo O que é antítese e fonte de desejo Mistura símbolos de ataque ou defesa Superação e beleza na suposta natureza Nosso corpo vira festa e fortaleza Refletindo a vaidade: a força ou a fraqueza Dos perigos da involuntariedade Fome ou ansiedade Controle e compulsão Explosão E liberdade Em abjeta objetificação Ou sublime ressignificação Das relações, dum órgão qualquer No ideal e no peso de ser mulher Na culpa e no terror do ser macho Entrepostos, acima ou abaixo
O medo ou (des)conforto Das trocas e nos anéis Das promessas nos papéis Dos favores, amores E humores Na consistência ou ausência do gozo A tensão ou atenção quanto ao tesão
Em tempos de ascensão do fascismo e do ódio, meu coração anarquista luta com a dualidade da podridão humana. No fundo da boca fica o retrogosto da ilusão dos tempos de liberdade. A ignorância e os problemas de comunicação nos custam muito caro enquanto coletivo. O projeto de idiotização mostra seus resultados, de forma clara e objetiva. Pensar que somos só mais um capítulo de uma história de opressão e violência não tranquiliza - mas quem é que esteve tranquilo, não é mesmo?
que você possa crescer e se desenvolver. Comigo ou não. Isso é amor. Eu conheço bem. 'Esperança' é o que nos faz esperar, religiosamente, coisas pelas quais secretamente torcemos, com a paixão de quem comemora a vitória de outrx como sua própria. Eu comemoro ainda vitórias passadas, inclusive a minha coleção particular de medalhas de ouro em contornar o caminho do ódio. Conheço bem esse caminho, sou guia. Mas seu lado mais vaidoso, mais mimado, mais autocentrado me causa repulsa... você busca admiração pelas vias menos admiráveis. E você sabe disso, por isso tem uma carga de ódio contra você mesmo que brota
na
sua
pele.
Te irrita. Traz inquietude e insônia. Toda vez. E você continua a agir por estímulos, a droga da obediência, do conforto, da negação e da busca infantil pela fantasia. E, do lado de cá, me sinto frouxa, fraca e permissiva. Meu casco é grosso e calejado. Quando estou protegendo, sou fortaleza e veneno. Eu peso e tento não deixar marcas tão fortes quanto as que me foram deixadas. Mas minha força criativa é bonita, inspiradora e livre.