Olhei para o chão e percebi que as rachaduras da porta da frente avançaram seu terreno por todos os lados. As paredes e o teto também precisariam cobrir suas cicatrizes. Eu tento aprender com o passado, sabendo que sou fruto dele. Mas é paradoxal a necessidade de se libertar dele também.
Na prática, são pessoas e atitudes. Que operam sobre as próprias regras a não ser que eu imponha as minhas próprias. E essa luta eu não posso abrir mão, porque se chama autodefesa. É uma família de vales, de muitos ataques e de muita sombra sobre si própria. A geografia nos atrapalha e nos ajuda.
A língua, assim como nossa arquitetura, diferente dos hermanos, por aqui é tortuosa. Se esconde nas quinas surpresas de ruas que terminam. Não vamos pedir piedade. Nem um pouco de piedade. Para essa gente careta e covarde. Eu já disse: o dó é uma ferramenta de aniquilação da responsabilidade. Não há nada o que você possa fazer em relação a quem se tem dó e não há nada que ela possa fazer por ela mesma.
Do outro lado, a culpa. Também não. Se há pensamento o suficiente para uma decisão, não há porquê haver culpa. E é assim que deve ser. E nem sempre é. Porque as demandas por decisões também são distribuídas desigualmente. E as dores da sua suposta incapacidade só vão sumir quando você romper com a sua própria imagem.
Eu sei que você sempre me entalou a garganta. Que me fez vomitar. E eu sei que você sempre me fez saber que nunca estava bom, ainda que estivesse. A autodepreciação e a cultura de depreciar o outro. E eu também sei que os seus caprichos custam caro.
Dói ao sair porque ainda está em mim.
[E não sabemos ao certo
o que há com vocês
que vêm até mim]
Na prática, são pessoas e atitudes. Que operam sobre as próprias regras a não ser que eu imponha as minhas próprias. E essa luta eu não posso abrir mão, porque se chama autodefesa. É uma família de vales, de muitos ataques e de muita sombra sobre si própria. A geografia nos atrapalha e nos ajuda.
A língua, assim como nossa arquitetura, diferente dos hermanos, por aqui é tortuosa. Se esconde nas quinas surpresas de ruas que terminam. Não vamos pedir piedade. Nem um pouco de piedade. Para essa gente careta e covarde. Eu já disse: o dó é uma ferramenta de aniquilação da responsabilidade. Não há nada o que você possa fazer em relação a quem se tem dó e não há nada que ela possa fazer por ela mesma.
Do outro lado, a culpa. Também não. Se há pensamento o suficiente para uma decisão, não há porquê haver culpa. E é assim que deve ser. E nem sempre é. Porque as demandas por decisões também são distribuídas desigualmente. E as dores da sua suposta incapacidade só vão sumir quando você romper com a sua própria imagem.
Eu sei que você sempre me entalou a garganta. Que me fez vomitar. E eu sei que você sempre me fez saber que nunca estava bom, ainda que estivesse. A autodepreciação e a cultura de depreciar o outro. E eu também sei que os seus caprichos custam caro.
Dói ao sair porque ainda está em mim.
[E não sabemos ao certo
o que há com vocês
que vêm até mim]
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