domingo, 9 de agosto de 2020

Somos

Uma vez escrevi pra ele algo sobre a possibilidade de respeito mútuo enquanto indivíduos. 

Eu era jovem, era difícil. Ele não me via como pessoa. Foi de próprio punho, foi sentimental. Eu acreditava no poder das palavras para mudar as pessoas.

Já era velha e percebi uma camada de auto-violência. Percebi a falta de cuidado que vinha também com esse problema em não me ver como pessoa.

Dói uma coisa qualquer, de uma lembrança qualquer no meio da brevitude e da delicadeza da vida. 

As minhas dores pedem licença para que eu possa ser pessoa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário