Eu quero leveza. Tranquilidade é um trabalho de longo prazo. Pelo menos para mim. Também não quero re-sentimentos. E me pergunto se isso é comigo ou com você. Eu sei do meu paladar, eu acho. Doce, amargo, azedo. Salgado. E o intragável. Eu fico brava quando você me deixa sozinha porque eu me sinto lunática. Boba. Sem serventia. E quando fico, porque tenho que ficar, me sinto presa. E parte de mim tem instinto caçador. Reprimido. Aprendeu o que é vergonha. Que o poder embriaga e atropela os outros. Mas não estou lá ainda também, como ele disse. Eu não quero te anular e nem me sentir anulada. Essa conta dificilmente dá 0 no final.
Quando olho para esse lugar, vejo muito dela por todos os cantos. E muito dela que ficou em mim e eu já nem sei mais separar. Sinto realmente orgulho e satisfação, como te disse, hoje. Era tudo muito intenso e permeável. A gente se permitiu muito. Eram os tempos e as condições. Mas também tem esse velho sentimento de controle e dominância. E de fuga. E de carência. E de auto-compensação. Eu escrevi: "o amor é um doce cujo prazo de validade já venceu - e você não saboreou em tempo". Não sei se foi sincero.
Eu tenho medo de mim. Eu me coloco na rédea. Tenho mais energia para me parar do que para me fazer avançar. E preciso dessa ajuda. Sempre precisei. Sempre precisei? Eu estou constantemente insatisfeita e não dá pra romantizar sempre isso.
Tem um lado meu indisposto hoje. Outro me aponta o dedo e me manda cumprir minhas obrigações. E vem umas faíscas de alegria e prazer que pedem permissão pra se manifestar. Eu não dou. Porque acredito numa ordem cósmica que me castiga quando está tudo bem, então vou colocando uma barreira de pequenas coisas na minha frente e fico observando, discretamente. Quando eu fecho meus olhos e me permito um pouco de descontrole, eu solto. E o vento leva. E traz.
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