sexta-feira, 15 de maio de 2015

Dos conselhos que eu não te dei

... mas deveria ter te dado:

Saber o que não se quer é o primeiro passo pra moldar o que queremos.

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Por dias mais inspiradores. De luta, ao invés de relutância. Naquele limite muito tênue entre fuga e desapego, entre o que não aceitamos e o que queremos, entre a carência e o carinho, focar numa diretriz: a vida mais leve, sem a ilusão de monopólio de sentimentos ou propriedade sobre seres humanos, sem concessões de cláusulas pétreas da minha própria moralidade, romantizada pelos ideais da revolução francesa; liberdade, igualdade e fraternidade são muito importantes.

O meu controle sobre o mundo começa nas ações em busca do meu próprio equilíbrio. A minha responsabilidade sobre o mundo e sobre os outros não deve nunca ser maior do que sobre mim mesma. O que me cabe, me cabe, o que não me cabe, não está nessa primeira intersecção. Que a vida volte a me seduzir (que eu esteja aberta pra isso), que o gozo dos prazeres honestos se sobreponha à auto-piedade das lágrimas ou do líquido azedo da auto-compensação... que a água flua em mim, sempre, nutrindo o que precisa ser nutrido e despedaçando o que precisa ser decomposto e transformado. Mais sol, mais áreas, mais letras, mais sons. 

Que os tais espaços vazios possam ser apreciados quanto aos vazios que são, pela vista que proporcionam, pelos ares que ali circulam, pela função da permeabilidade que cumprem sobre o território (fundamental), não necessariamente pelo seu potencial de ocupação. Que o passado que tenha valor construtivo, arquitetônico ou histórico possa ser harmonizado com as novas construções. Que a memória não deixe de existir, nem tenha seu peso menosprezado, mas que possa ajudar a construir um futuro passado pela autocrítica e versionado em novas soluções.

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