Lembro que ele não se achava inteligente o bastante. E eu gostava de me aproveitar disso. Um pouco, não muito. Era uma inversão de ordem da impressão primeira. Ele dizia que eu tinha a língua bifurcada. Ele sempre achou que eu estava sendo cruel com ele, mas, no fundo, acho que ele sabia que havia algo de cruel e compensatório também nele mesmo. Eu elogiava seu sorriso sinceramente. Estava interessada nele. Havia algo de interessante acontecendo em mim também e foi inevitável investigar.
Mas eu acho que a gente entrou numa guerra para ver quem cedia primeiro aos caprichos um do outro. Pedi pra ele parar, por favor. E eu também acho que foi por conta do abalo sísmico que voltei a pensar nisso tudo. Sabe como é... a gente sente coisas fortes e esquisitas que a gente não sabe de onde vem, de vez em quando.
Homens fazem isso (sim, estou sendo sexista)... não fecham portas, só dão uma encostadinha.
- E as mulheres, como fazem?
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