sexta-feira, 15 de março de 2019

Das brisas do silêncio

Eu sonhei que eu tinha morrido e precisava contar para o meu pai, mas ele não me escutava. Estou com esse sonho martelando na minha cabeça há alguns dias. A cada morte, eu morro um pouco pela parte que me toca. E me toca. Há coisas que hoje não me tocam. Vaidade, dúvida. Penso no pesadelo astrológico em que passei por aquário, libra me cercou e no momento leões me cobram. E virgens estão a seguir seus protocolos e processos particulares - resistir, plano B em ação. E tudo isso parece ser um grande esforço em dar ordem e sentido de forma a pensar na minha própria constelação, eu como centro de um grande universo.

Houve o tempo de buscar inspiração, hoje é preciso ser e assumir essa responsabilidade. Há muito tempo penso em dizer pra ele sobre a responsabilidade que penetrar nos outros requer. Eu não dei permissão para que você mexesse comigo, meu corpo está fechado. E a resposta será apática e violenta. O lugar do meu não-desejo é importante. E do seu também. 

E ela me agradeceu por ser faísca. É fôlego. A gente treina pra isso. Mergulha e respira. O corpo só cansa fora da água. E ontem ela disse: "vamo fala". Eu escutei, é bom escutar. Respeito o barulho, respeito o silêncio. Estamos mais tristes do que revoltados. Entendemos o recado. Existe um inimigo, mas ele é demasiadamente humano. E é quase o papel do vilão chateado por não encontrar um rival à altura. É difícil não ser violento. E faz mais parte da humanidade histórias de guerras do que histórias de amor. Precisamos entender melhor a violência. Os gatilhos do medo e da ansiedade.

Sempre tive esse problema com as histórias de amor. Elas não existem. Elas são contos de fada. Elas estão todas erradas. E todas as cartas de amor são ridículas. A verdade é que temos que brigar pelo amor. Toda felicidade se constrói, se acorda. Ela precisa necessariamente passar pelo campo da vontade. E o despertar da vontade não é magia, apesar de gostarmos de nos enganar. O despertar da vontade é ser honesto com você mesmo sobre o que se quer e o que não se quer. É conseguir praticar. É afinar o coro. É a porra do Graal.


Vai pensando... mas vai fazendo também, enquanto tá pensando.




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