quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Sobre redundâncias e a casa na árvore

Quando eu estava na faculdade, lembro de ouvir sobre algo ser “tautológico”. Lembro que um professor utilizou essa palavra para um fim (no caso se tratava de um fim histórico) que já estava dado, porém hoje pensei nela pela similaridade com a palavra redundância. É difícil lidar com as redundâncias. 





Pois é. 

Outra expressão legal que eu aprendi foi sobre a “neutralidade axiológica”. Lembro de achar um grande sucesso conseguir traduzir todo aquele vocabulário distinto e decifrar o clube do livro em conversas de boteco. Ah, era tão perverso massificar o que foi construído para ser um rito de evocação de verdades anteriores ditas por distintos do passado! 

O preferidinho da galera era o Weber ou o próprio Marx. Sempre gostei do Durkheim. Pq ele era sistemático (piada redundante detectada). Ele trabalhava com dados, ele olhava o todo pra entender o particular. Essa é a definição de sociologia para mim. Vale dizer que eu costumava ser 10 em política e em antropologia, porém mediana na sociologia. Aí escolhi fazer o tcc em sociologia, hehe. Mas enfim, em contraposição aos clássicos mais práticos, tinha o Weber.

Apesar dos “Três tipos puros de dominação legítima” ter consistido no grande “hit” para o qual pedi “bis” durante anos, achei particularmente irritante no Weber essa discussão toda sobre a tal da neutralidade axiológica. Acho mesmo que é a grande maquiagem que sustenta a legitimidade de alguém tomar qualquer decisão por você. 



Explico. 

Você pode confiar em um método, por exemplo o científico. Porém as redundâncias da própria ciência nos levam à separação entre observador e objeto da pesquisa. As condições de laboratório equiparadas à natureza, etc. Por mais que se acredite que seja antigível a menor interferência possível por meio de um método qualquer por parte do observador, o próprio ato da observação não pode ser aniquilado da narrativa lógico-argumentativa.

Então acho ingenuidade ou mau caratismo esse negócio de associar qualquer aspecto ou pessoa “técnica” ao papel de avaliador imparcial sem que se observe a moralidade implícita do observador. Se é a melhor técnica, que fique claro a que ela serve. E qualquer correspondência com a nossa realidade sociológica atual que você pode ter feito lendo isso daqui não é mera coincidência.



A casa na árvore 

Como se sabe, ela representa um sonho infantil. Ela também representa a força criativa, o rompimento do tédio e da redundância. Independentemente de um sonho importado ou genuíno, precisamos de uma casa na árvore; ainda que ela não seja necessária, entende?

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