domingo, 28 de setembro de 2014
Além do nosso imposto lado Charlie Sheen
Gosto daquelas calcinhas, que, como bandeiras piratas avistadas já à distância nos navios, ficam penduradas no banheiro nas casas das mulheres, pra te lembrar que o território é feminino, algo como "minha casa, minhas regras".
Chegou o dia inevitável em que você hasteou a sua bandeira também por aqui. É; intimidade e o mau que ela traz. Mas, as regras são claras e, sendo sempre sincera como não se deve ser, abro o jogo com você.
[Sim, é difícil eu ser romântica e meu ego deve mesmo ser do tamanho do oceano atlântico. Mas aí, essa sou eu. Se você me permite um conselho que eu dou pra mim mesma: veja bem aonde está se metendo; de repente a gente ainda nem se conhece.]
--
"Veja como o tempo voa
Demora pra aterrissar, sem graça, eu me vejo aqui
Pela janela, ver você partir
(...)Eu não sou piscina pra tu se jogar de prima
Mas isso é só um teste
Pra ver se eu honro o fardo: firme, forte e cafajeste."
Haikaiss - Sem graça
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Sintomas
"Fever, where'd you run to?
Fever, where'd you run to?
Acting right is so routine
Fever, let me live a dream
Fever, I'm a slave to
No one misbehaved too
Fever, they're misunderstood
Wouldn't leave you if I could
Fever
Fever, 'cause I'm breaking
Fever got me aching
Fever why don't you explain?
Break it down again
Fever got me guilty
Just go ahead and kill me
Fever why don't you explain?
Break it down again
Fever, can you hear me?
Fever, can you hear me?
You shook me like I've never been
Now show me how to live again
Used to be a blessing
But fever's got me stressing
Realize I have been played
Fever, let me play the game
Fever
Fever, 'cause I'm breaking
Fever got me aching
Fever why don't you explain?
Break it down again
Fever got me guilty
Just go ahead and kill me
Fever why don't you explain?
Break it down again
Now if the cold pale light in your eyes
Reaches those horizon lines
You know not to leave her
Now if the cold pale light in your eyes
Reaches those horizon lines
You know not to leave her, fever"
Fever - The Black Keys
--
Febre: já me ocorreu antes. E sim, pensei nisso quando aconteceu com você.
Algumas pessoas procuram se apaixonar. O problema é que elas estão procurando mais se apaixonar do que enxergar o "objeto" de paixão. Poderia dizer a mesma coisa do amor. E eu acho que é um problema da língua portuguesa mesmo o fato de que a gente usa a mesma expressão pra duas coisas completamente diferentes, que são a paixão e o amor. (Adoraria entrar no Bauman agora, mas vou seguir por outro caminho, porque já falei dele muitas vezes quando chego nesse assunto). São tantos problemas!
Agora, o que a paixão e o amor têm de diferente é o tempo de desenvolvimento, essencialmente. Não que a paixão não possa vir à longo prazo; mas ela vem sem anúncio, não adianta tentar antecipar. A paixão é essa coisa que te pega despreparadx - quando a gente viu, já foi. É uma vontade que se quer aniquilar (droga, Bauman, você aparece mesmo eu não querendo te trazer à tona).
É... se o amor quer construir, a paixão quer destruir. E eu poderia muito bem dizer que "antes de você ser eu sou, eu sou amor, eu sou amor - da cabeça aos pés" e fazer sinal de hippie com os dedinhos, sorriso e olhinhos vermelhos, mas... experimentei um beijo que já foi mais quente esfriar e essa febre apareceu de novo, como que para me dedurar.
O que foi isso, afinal? Xeque? No fundo, esperando que seja xeque e não decepcionante e inesperada fuga - porque eu quero brincar mais.
[É. Acho que se você está me fazendo perguntar o que diabos está acontecendo, eu tenho que te dar os devidos créditos.]
Mas enfim, pensando aqui sobre as pessoas que surtam com medo de se apaixonarem: ou elas estão procurando muito se apaixonar, o que significa que você poderia muito bem ser uma árvore e a coisa toda rolaria do mesmo jeito, ou elas estão realmente gostando do que estão vendo. Para o primeiro caso, melhor correr. Desvia, que vem decepção bruta. Para o segundo caso, desconstrua sua imagem. Pode ser uma mistura das duas coisas também ou nenhuma delas; pode tudo.
Depois de uma quase-utopia e um quase-amor, ambos interrompidos, uma quase...paixão? Interrompida? Ah, essa vida decepcionante e difícil de "quases".
--
Estava na primeira série e era dia dos namorados. Do nada, ele me aparece com um presente! Na frente de todo mundo! Na hora tive muita raiva e chorei muito... o que eu fiz para que isso acontecesse comigo? Guardei dentro da gaveta de meias e não contei para ninguém.
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Das convicções enraizadas
Significado de Impasse
s.m. Situação que não oferece saída favorável.
Dificuldade insuperável, beco sem saída.
Embaraço.
http://www.dicio.com.br/impasse/
--
Livro I, Sessão I - Das formas de interação com o mundo
1.1. Os relacionamentos pessoais se darão entre pessoas, diretamente - e não por meio de coisas ou objetos - envolvendo intercâmbio de idéias, energia, fluído, calor e experiências.
1.2. Os relacionamentos impessoais poderão ocorrer envolvendo transações monetárias, bens materiais, objetos e afins.
1.3. Os relacionamentos ditos "obrigatórios" poderão ser pessoais ou impessoais.
1.3.1. Não se encaixam nesta categoria os relacionamentos afetivo/amorosos, apesar destes também poderem ser pessoais ou impessoais;
1.3.2. A obrigação se constitui na forma de benefício pessoal (trabalho) e/ ou convenção social (família).
1.4. Os relacionamentos ditos "não obrigatórios" necessariamente serão pessoais.
1.4.1. Estão compreendidos aqui os laços afetivo/amorosos desprovidos de dependência real entre as partes;
1.4.2. A durabilidade e a viabilidade dos relacionamentos "não obrigatórios" será mediada pela mútua conveniência, envolvendo prazer e utilidade.
1.5. Não há limites de quantidades e arranjos para os itens descritos anteriormente.
Livro I, Sessão II - Dos acordos e parcerias firmados
2.1. Entende-se que os acordos e parcerias firmados são fruto de atividade racional consensual não impulsiva, podendo ser renovados ou não, ao fim do prazo previamente estipulado (quando e se estipulado) e revogados a qualquer momento.
2.1.1. A quebra ou desrespeito de condições previamente acordadas sem aviso prévio configura situação de anormalidade do(s) relacionamento(s) implícitos, gerando reconsideração e reavaliação dos termos, bem como da continuidade dos laços.
2.1.2. Caso ocorra o desejo de revogação por uma das partes (e não pela outra), prevalecerá o desejo de revogação - tendo em vista que ser a consensualidade a condição sine qua non para qualquer acordo e parceria que se firme entre partes igualmente livres.
2.2. Os acordos e parcerias firmados podem ocorrer dentro de relacionamentos pessoais, impessoais, obrigatórios e não obrigatórios.
(...)
--
Você pode não entender alguns limites das pessoas com quem se relaciona; mas é desejoso que não deixe de respeitá-los. Estou convencida de que não se deve tratar com desdém o que tem importância para o outro em um relacionamento pessoal.
Não é tão difícil compreender as escolhas e convicções enraizadas; basta tentar se colocar no lugar do outro. (Aprendi que isso talvez seja exigir demais para algumas pessoas.) Se mesmo assim você discordar: sobre o passado, Inês é morta; sobre o presente, talvez o impasse seja um ponto de cisão; sobre o futuro, bem... o que é que nós podemos dizer quanto ao futuro, afinal? Nada muito além da sua relação com o passado e com o presente.
[Esse nosso mundo de contratos...]
s.m. Situação que não oferece saída favorável.
Dificuldade insuperável, beco sem saída.
Embaraço.
http://www.dicio.com.br/impasse/
--
Livro I, Sessão I - Das formas de interação com o mundo
1.1. Os relacionamentos pessoais se darão entre pessoas, diretamente - e não por meio de coisas ou objetos - envolvendo intercâmbio de idéias, energia, fluído, calor e experiências.
1.2. Os relacionamentos impessoais poderão ocorrer envolvendo transações monetárias, bens materiais, objetos e afins.
1.3. Os relacionamentos ditos "obrigatórios" poderão ser pessoais ou impessoais.
1.3.1. Não se encaixam nesta categoria os relacionamentos afetivo/amorosos, apesar destes também poderem ser pessoais ou impessoais;
1.3.2. A obrigação se constitui na forma de benefício pessoal (trabalho) e/ ou convenção social (família).
1.4. Os relacionamentos ditos "não obrigatórios" necessariamente serão pessoais.
1.4.1. Estão compreendidos aqui os laços afetivo/amorosos desprovidos de dependência real entre as partes;
1.4.2. A durabilidade e a viabilidade dos relacionamentos "não obrigatórios" será mediada pela mútua conveniência, envolvendo prazer e utilidade.
1.5. Não há limites de quantidades e arranjos para os itens descritos anteriormente.
Livro I, Sessão II - Dos acordos e parcerias firmados
2.1. Entende-se que os acordos e parcerias firmados são fruto de atividade racional consensual não impulsiva, podendo ser renovados ou não, ao fim do prazo previamente estipulado (quando e se estipulado) e revogados a qualquer momento.
2.1.1. A quebra ou desrespeito de condições previamente acordadas sem aviso prévio configura situação de anormalidade do(s) relacionamento(s) implícitos, gerando reconsideração e reavaliação dos termos, bem como da continuidade dos laços.
2.1.2. Caso ocorra o desejo de revogação por uma das partes (e não pela outra), prevalecerá o desejo de revogação - tendo em vista que ser a consensualidade a condição sine qua non para qualquer acordo e parceria que se firme entre partes igualmente livres.
2.2. Os acordos e parcerias firmados podem ocorrer dentro de relacionamentos pessoais, impessoais, obrigatórios e não obrigatórios.
(...)
--
Você pode não entender alguns limites das pessoas com quem se relaciona; mas é desejoso que não deixe de respeitá-los. Estou convencida de que não se deve tratar com desdém o que tem importância para o outro em um relacionamento pessoal.
Não é tão difícil compreender as escolhas e convicções enraizadas; basta tentar se colocar no lugar do outro. (Aprendi que isso talvez seja exigir demais para algumas pessoas.) Se mesmo assim você discordar: sobre o passado, Inês é morta; sobre o presente, talvez o impasse seja um ponto de cisão; sobre o futuro, bem... o que é que nós podemos dizer quanto ao futuro, afinal? Nada muito além da sua relação com o passado e com o presente.
[Esse nosso mundo de contratos...]
sábado, 13 de setembro de 2014
Sobre mudanças, família, raízes e rituais sociais
>> Quem somos, de onde viemos e pra onde vamos?
Ah, as perguntas que se desdobram dos momentos difíceis. Já que esse é meu espaço particular de devaneio e não vou incomodar ninguém fazendo isso, vou seguir o post sem rigor acadêmico e sem ordenação cronológica.
Em algum momento de minha breve vida, já privilegiada pelo uso da internet, adquiri o hábito de procurar algumas coisas das quais ouvia falar e me lembrava de pesquisar depois. Coisas aleatórias, que vinham à mente sem muita regra, mas normalmente me proporcionavam boas horas de distração. Sabe aquela sensação de estar debaixo d'água? Às vezes procuro ela.
Enfim, um dia estava (não me pergunte o porquê) curiosa sobre filosofia e queria saber sobre uma categoria de pensadores chamados "pré-socráticos". Aí tinha um cara (que parece que cheguei no nome dele por meio do que o Platão falou dele) chamado Heráclito (1). Nunca me esqueci de uma idéia sobre não ser possível se banhar duas vezes na mesma água, ainda que se voltasse ao mesmo rio. Para mim, foi algo sobre como o indivíduo pode lidar com as mudanças (constantes e motivadas por diversos fatores; tudo flui) do mundo.
Pois bem. Entendo o mundo dessa forma mesmo, tendo a mudança como essência. É meio maluco, porque às vezes as mudanças são súbitas e bruscas, noutras são lentas e sutis. O tempo acaba fazendo toda a diferença sobre como podemos ser afetados e a intensidade com que somos afetados. E o mundo (e por "mundo" entendo que nós também fazemos parte dele) muda independentemente da nossa vontade, das nossas previsões e resguardos; ele simplesmente muda e quando nos damos conta temos que "dançar conforme a música".
"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Lei de Lavoisier, sobre a conservação das massas.
Aí é que está. Se tudo se transforma, porque a sensação de que perdemos algo? Sobre a vontade (ou, ainda, necessidade) de criar, me vem à cabeça um desejo de dominar o mundo, deixar marcas, personalizar. Ser criador; interagir e interferir. Parece ser a ilusão de que nós estamos no controle, moldando o mundo ao nosso gosto. Já lidar com as "perdas" é como se o mundo nos mostrasse que não temos controle de absolutamente nada e que nossa permanência é temporária, aleatória e fluída. Sobre a transformação do mundo e de nós mesmos, constantemente me pergunto: qual a nossa relevância?
"(...) as células do corpo são substituídas, em grande parte, de 7 a 10 anos, sucessivamente. Em outras palavras, as células velhas morrem na maior parte e são substituídos por novas durante este intervalo de tempo. O processo de renovação celular ocorre mais rapidamente em certas partes do corpo.
Isso explica, por exemplo, por que as unhas crescem e nosso cabelo cai. Mas, se estamos constantemente abastecidos por novas células, por que envelhecemos? Quando se trata de envelhecimento, parece que o segredo não está nas nossas células, e sim, no DNA celular.
De acordo com Frisen, é possível que o DNA sofra muitas mutações ao longo desse processo de renovação celular, enquanto outras células "nunca" nos deixam, auxiliando nesse processo de envelhecimento e outros males, como os neurônios que compõem o córtex cerebral - embora existam pesquisas que apontem que os neurônios se renovem, mas em uma velocidade muito baixa e em pouca quantidade. Essa área é responsável por comandar funções relacionadas com a memória, linguagem, pensamentos e consciência e não são renovadas nessa troca." (2)
O nosso próprio corpo está em constante mudança... diariamente sofremos perdas e renovações que, no geral, nem nos damos conta. Tem a parte que muda e a parte que não muda, ao que tudo indica. Células ou DNA que "nunca nos deixam" me fazem pensar no que carregamos conosco, no que nos constitui não só do ponto de vista da biologia, mas psicológica e socialmente. São traços de personalidade enraizados, convicções fortes e o que aprendemos com nossas famílias.
Aceitação do mundo e de nós mesmos. E não aceitação do mundo e nem de nós mesmos. O que queremos que permaneça que podemos manter e o que queremos que mude que nos cabe agir?
No meio disso estão as convenções e os rituais sociais. Ninguém tem a capacidade de ir contra absolutamente tudo, penso eu. No que diz respeito ao "para onde vamos", precisamos considerar "quem somos" e "de onde viemos". Até onde a nossa liberdade está condicionada? Até onde temos condições de sermos livres? Fico pensando naquele conselho: "seja a mudança que você quer ver no mundo". Entre o que eu quero, o que eu posso e no que eu acredito, existe um mundo de transformações e permanências, tempos e movimentos, criações e perdas.
(1) http://www.mundodosfilosofos.com.br/heraclito.htm
(2) http://www.jornalciencia.com/saude/corpo/4247-todas-as-celulas-do-corpo-humano-se-renovam-completamente-a-cada-7-anos-mito-ou-verdade
Ah, as perguntas que se desdobram dos momentos difíceis. Já que esse é meu espaço particular de devaneio e não vou incomodar ninguém fazendo isso, vou seguir o post sem rigor acadêmico e sem ordenação cronológica.
Em algum momento de minha breve vida, já privilegiada pelo uso da internet, adquiri o hábito de procurar algumas coisas das quais ouvia falar e me lembrava de pesquisar depois. Coisas aleatórias, que vinham à mente sem muita regra, mas normalmente me proporcionavam boas horas de distração. Sabe aquela sensação de estar debaixo d'água? Às vezes procuro ela.
Enfim, um dia estava (não me pergunte o porquê) curiosa sobre filosofia e queria saber sobre uma categoria de pensadores chamados "pré-socráticos". Aí tinha um cara (que parece que cheguei no nome dele por meio do que o Platão falou dele) chamado Heráclito (1). Nunca me esqueci de uma idéia sobre não ser possível se banhar duas vezes na mesma água, ainda que se voltasse ao mesmo rio. Para mim, foi algo sobre como o indivíduo pode lidar com as mudanças (constantes e motivadas por diversos fatores; tudo flui) do mundo.
Pois bem. Entendo o mundo dessa forma mesmo, tendo a mudança como essência. É meio maluco, porque às vezes as mudanças são súbitas e bruscas, noutras são lentas e sutis. O tempo acaba fazendo toda a diferença sobre como podemos ser afetados e a intensidade com que somos afetados. E o mundo (e por "mundo" entendo que nós também fazemos parte dele) muda independentemente da nossa vontade, das nossas previsões e resguardos; ele simplesmente muda e quando nos damos conta temos que "dançar conforme a música".
"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Lei de Lavoisier, sobre a conservação das massas.
Aí é que está. Se tudo se transforma, porque a sensação de que perdemos algo? Sobre a vontade (ou, ainda, necessidade) de criar, me vem à cabeça um desejo de dominar o mundo, deixar marcas, personalizar. Ser criador; interagir e interferir. Parece ser a ilusão de que nós estamos no controle, moldando o mundo ao nosso gosto. Já lidar com as "perdas" é como se o mundo nos mostrasse que não temos controle de absolutamente nada e que nossa permanência é temporária, aleatória e fluída. Sobre a transformação do mundo e de nós mesmos, constantemente me pergunto: qual a nossa relevância?
"(...) as células do corpo são substituídas, em grande parte, de 7 a 10 anos, sucessivamente. Em outras palavras, as células velhas morrem na maior parte e são substituídos por novas durante este intervalo de tempo. O processo de renovação celular ocorre mais rapidamente em certas partes do corpo.
Isso explica, por exemplo, por que as unhas crescem e nosso cabelo cai. Mas, se estamos constantemente abastecidos por novas células, por que envelhecemos? Quando se trata de envelhecimento, parece que o segredo não está nas nossas células, e sim, no DNA celular.
De acordo com Frisen, é possível que o DNA sofra muitas mutações ao longo desse processo de renovação celular, enquanto outras células "nunca" nos deixam, auxiliando nesse processo de envelhecimento e outros males, como os neurônios que compõem o córtex cerebral - embora existam pesquisas que apontem que os neurônios se renovem, mas em uma velocidade muito baixa e em pouca quantidade. Essa área é responsável por comandar funções relacionadas com a memória, linguagem, pensamentos e consciência e não são renovadas nessa troca." (2)
O nosso próprio corpo está em constante mudança... diariamente sofremos perdas e renovações que, no geral, nem nos damos conta. Tem a parte que muda e a parte que não muda, ao que tudo indica. Células ou DNA que "nunca nos deixam" me fazem pensar no que carregamos conosco, no que nos constitui não só do ponto de vista da biologia, mas psicológica e socialmente. São traços de personalidade enraizados, convicções fortes e o que aprendemos com nossas famílias.
Aceitação do mundo e de nós mesmos. E não aceitação do mundo e nem de nós mesmos. O que queremos que permaneça que podemos manter e o que queremos que mude que nos cabe agir?
No meio disso estão as convenções e os rituais sociais. Ninguém tem a capacidade de ir contra absolutamente tudo, penso eu. No que diz respeito ao "para onde vamos", precisamos considerar "quem somos" e "de onde viemos". Até onde a nossa liberdade está condicionada? Até onde temos condições de sermos livres? Fico pensando naquele conselho: "seja a mudança que você quer ver no mundo". Entre o que eu quero, o que eu posso e no que eu acredito, existe um mundo de transformações e permanências, tempos e movimentos, criações e perdas.
(1) http://www.mundodosfilosofos.com.br/heraclito.htm
(2) http://www.jornalciencia.com/saude/corpo/4247-todas-as-celulas-do-corpo-humano-se-renovam-completamente-a-cada-7-anos-mito-ou-verdade
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Nota de abertura
Eu me rendi.
Anos depois, fiz um diário de bordo.
Não vou admitir para ninguém. Ou melhor, quase ninguém. Talvez para aquelxs que partiham seus devaneios comigo, já há algum tempo.
Minha mais honesta motivação: controle de danos.
O propulsor da coisa toda: fuga da realidade.
Eu disse "fuga"? Relutância, melhor dizendo.
De tanto relutar, nem se tem (leia-se "nem se quer ter") notícias do que é e que eu não gosto que seja. Desgosto, repulsa. O que um dia atraiu, hoje repele. Mudança de campo magnético? Como isso funciona, afinal? Enfim, por aqui a bagunça continua. Emocional no gráfico de seno e cosseno, só que mais espaçado.
--
"Life is a tale told by an idiot, full of sound and fury, signifying nothing." Citação do Shakespeare, em MacBeth, no filme "You will meet a tall dark stranger" do Woody Allen.
--
Aqui jaz um sonho de efetivação de uma utopia e uma personalidade narcísica que se perdeu numa canção de quase-amor. O que será que vem depois de uma quase-utopia e de um quase-amor?
Anos depois, fiz um diário de bordo.
Não vou admitir para ninguém. Ou melhor, quase ninguém. Talvez para aquelxs que partiham seus devaneios comigo, já há algum tempo.
Minha mais honesta motivação: controle de danos.
O propulsor da coisa toda: fuga da realidade.
Eu disse "fuga"? Relutância, melhor dizendo.
De tanto relutar, nem se tem (leia-se "nem se quer ter") notícias do que é e que eu não gosto que seja. Desgosto, repulsa. O que um dia atraiu, hoje repele. Mudança de campo magnético? Como isso funciona, afinal? Enfim, por aqui a bagunça continua. Emocional no gráfico de seno e cosseno, só que mais espaçado.
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"Life is a tale told by an idiot, full of sound and fury, signifying nothing." Citação do Shakespeare, em MacBeth, no filme "You will meet a tall dark stranger" do Woody Allen.
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Aqui jaz um sonho de efetivação de uma utopia e uma personalidade narcísica que se perdeu numa canção de quase-amor. O que será que vem depois de uma quase-utopia e de um quase-amor?
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